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Capítulo 1

DIA/INT. / SÃO PAULO – MATERNIDADE/ 1996

Em meio à movimentada maternidade de São Paulo, uma jovem chama a atenção por gritar desesperadamente, as dores são fortes, a mesma estar prestes a dar a luz.

-HEITOR: Seja forte meu amor, vai dar tudo certo! -Fala Heitor, marido de Heloisa. Que corre desesperado segurando a maca.

-HELOISA: Já não estou suportando mais tantas e tantas dores, eu temo que o pior possa acontecer. –Grita ela, que é levada sobre a maca.

-HEITOR: Não pense assim, tudo vai acabar bem.

Os médicos levam Heloisa até a sala de cirurgia, as complicações estão apenas a começar.

-ALÉCIO: Você precisa ficar calma, tudo vai se resolver, as dores são normais, seu filho vai nascer bem. -Fala Alécio, um dos médicos do hospital.

-HELOISA: Salva meu filho doutor, eu imploro. –Heloisa é deitada sobre uma cama, e é coberta por lençóis brancos.

Os minutos estão passando cada vez mais depressa, a luta para tentar salvar Heloisa e seu filho não quer acabar.

-ALÉCIO: Está saindo. –Sussurra o doutor no ouvido de uma de suas enfermeiras, Priscila.

-PRISCILA: Porque ele não chora doutor? –Fala a enfermeira, que olha assustada para a criança que acabara de nascer.

-ALÉCIO: Ele está morto, leve o corpo daqui, depois converso com você. –Alécio entrega a criança para Priscila.

-PRISCILA: Sim senhor. –A enfermeira segue até uma sala de isolamento.

 

SEQ. 02
DIA/INT. / SÃO PAULO – MATERNIDADE/ SALA DE ESPERA

-HEITOR: Então doutor, como está minha mulher? E meu filho, nasceu? –Grita o homem ao ver Alécio aproximar-se.

-ALÉCIO: Eu sinto muito, mais seu filho morreu, Heitor. –Alécio estende seu braço e coloca sua mão sobre o ombro de Heitor.

-HEITOR: Não, isso não pode estar acontecendo, meu filho não pode ter morrido.

Em um momento de descontrole, Heitor começa a quebrar tudo que ver pela frente.

-HEITOR: Eu preciso ver minha mulher, eu tenho que cuidar dela. –O homem corre em direção ao quarto de Heloisa.

-ALÉCIO: Sim, eu vou levar você até ela, mais você precisa se controlar, sua mulher está fraca e ainda não sabe do acontecido. –Alécio tenta de todas as maneiras manter o acontecido em segredo

 

SEQ. 02
DIA/INT. / SÃO PAULO – MATERNIDADE/ SALA DE ISOLAMENTO

Priscila entra na sala de isolamento com o bebê em seus braços, o inesperado acontece e em questão de segundos o filho de Heloisa e Heitor faz um leve movimento.

-PRISCILA: Deus seja louvado, a criança está viva. –Fala à mulher que senta em uma das cadeiras e acaricia o rosto do recém-nascido.

-PRISCILA: Eu não vou conseguir devolver você para sua família, há dois meses eu perdi meu bebê nessa mesma maternidade, a partir de hoje você será o meu menino.

A enfermeira pega seu celular de imediato e faz uma importante ligação.

-PRISCILA: Alô, Antônio?

-ANTÔNIO: Sim sou eu mesmo, o que você quer mulher? –Responde o homem, que por sua vez é marido de Priscila.

-PRISCILA: Preciso que venha até o hospital imediatamente, não posso explicar agora, só adianto que vai mudar por completo nossas vidas.

-ANTÔNIO: Tudo bem, já estou de saída. –O homem pega seu carro ano 1993 e segue rumo ao hospital.

 

SEQ. 03
TAR/INT. / SÃO PAULO – MATERNIDADE/ QUARTO DE HELOISA

-HELOISA: Então doutor, cadê o meu filho? –Heloisa faz esforço e consegue sentar sobre a cama.

-ALÉCIO: Tenho uma coisa muito importante para lhe contar, Heloisa. –Alécio se aproxima da mulher.

-HELOISA: Pois conte tudo doutor, não me esconda nada.

-ALÉCIO: Você sabia que dês de o inicio de sua gravidez o pior a qualquer momento poderia acontecer. E o destino infelizmente... –Heitor interrompe a conversa.

-HEITOR: O Destino felizmente trousse o nosso filho para o mundo meu amor, nosso filho está bem.

Com um olhar de espanto, Alécio pega no braço de Heitor e o leva imediatamente para o corredor do hospital.

-ALÉCIO: Você está ficando maluco? Que história é essa de dizer para sua mulher que o filho de vocês está bem? –Alécio segura com toda sua força o braço de Heitor.

-HEITOR: A Heloisa não iria suportar saber que o filho que ela tanto esperava está morto. Eu vou sair nas ruas dessa cidade à procura de um filho para minha mulher, o senhor vai ter que me ajudar.

 

SEQ. 04
TAR/INT. / SÃO PAULO – MATERNIDADE/ SALA DE ISOLAMENTO

Antônio chega e se espanta ao ver a mulher com uma criança em seus braços.

-ANTÔNIO: De quem é essa criança, Priscila? –Grita Antônio.

-PRISCILA: Segura teu filho, anda o que está esperando? –Priscila segue com a criança para perto de Antônio.

-ANTÔNIO: Mais que história é essa de meu filho? Me responde de uma vez, quem é essa criança, não me deixa mais nervoso do que eu estou.

-PRISCILA: Seu burro, eu encontrei nessa criança a oportunidade de mudarmos de vida. Lembra quando a idiota da sua mãe disse que só iria lhe acolher naquela mansão quando você resolvesse ter um filho? Pois bem, eu fiquei gravida e ela colocou a gente lá, mais depois que eu perdi meu bebê ela colocou a gente pra fora como se fossemos dois cachorros sarnentos. Eu vou colocar essa criança na casa da megera da sua mãe, finalmente vamos ficar ricos meu amor, ricos. –Priscila ergue a criança para o alto como se estivesse segurando um troféu.

-ANTÔNIO: Muito bem pensado, agora vamos dar um jeito de sair com essa criança sem que percebam. –Antônio beija os lábios da mulher.

Priscila coloca o recém-nascido dentro de um saco plástico e segue para a portaria do hospital.

-PRISCILA: Bom dia, eu vou jogar esse lixo fora, já volto, Carlos. –Fala ela para o segurança do hospital.

Em questão de segundos, Priscila coloca o bebê dentro do carro e segue rumo ao desconhecido ao lado de Antônio.

 

SEQ. 04
TAR/INT. / SÃO PAULO – ABRIGO PARA MENORES

Heitor chega acompanhado de Alécio em uma casa de adoção, os dois entram de imediato e seguem para falar com a diretora do abrigo, Damaris.

-DAMARIS: Bom dia, em que posso ajuda-los? –Fala a madre.

-HEITOR: Minha mulher, madre, perdeu um filho, eu preciso que a senhora me ajude. –Heitor segura nas mãos da superiora.

-DAMARIS: Venha comigo!

A diretora segue ao lado de Alécio e Heitor até uma sala reservada. Minutos depois a madre sai de um dos quartos com uma criança do sexo masculino em seus braços.

-DAMARIS: Hoje é o seu dia de sorte, rapaz. E para essa criança será o começo de uma nova vida. –Damaris coloca o bebe nos braços de Heitor.

-HEITOR: Deus lhe pague minha senhora, agora preciso ir. Muito obrigado!

Com um sorriso no rosto, Heitor segue de volta para a maternidade.

 

SEQ. 05
TAR/INT. / SÃO PAULO – MATERNIDADE/ QUARTO DE HELOISA

-HELOISA: Onde vocês estavam? Por que essa demora toda? –Fala ela ao ver Alécio entrar no quarto.

-HEITOR: Fui preparar seu filho para a primeira visita, meu amor. –Heitor entra em seguida com a criança em seus braços.

-HELOISA: Vem aqui meu amorzinho, me deixa ver a cara do meu príncipe. –Heloisa agora tem a criança em seu colo.

Em um momento emocionante, Heloisa abraça seu marido e o bebê. A emoção toma conta do local, Alécio não consegue conter as lagrimas.

 

SEQ. 06
NOI/INT. / SÃO PAULO – CASA DE PRISCILA

Antônio estaciona o carro e entra ao lado de sua mulher.

-ANTÔNIO: Agora como vamos fazer para a mamãe acreditar que esse filho é nosso?

-PRISCILA: Tem calma, vamos dizer que adotamos esse bebe, sua mãe é doida por criança, vai aceitar a gente lá numa boa.

-ANTÔNIO: É a nossa única escolha, eu ligo ou você liga? –Ele entrega o telefone nas mãos de Priscila.

-PRISCILA: Eu ligo, enquanto isso vai preparar nossas malas.

Depois de alguns minutos, o telefone é desligado e a cretina que atende pelo nome de Priscila abraça seu marido e diz ter convencido a sogra a deixá-los morar com ela.

 

SEQ. 07
TAR/INT. / SÃO PAULO – MANSÃO DE HELOISA E HEITOR/ DIA SEGUINTE

Heloisa é recebida com uma linda festa organizada pelos seus empregados. O sorriso no rosto não passa despercebido.

-HELOISA: Muito obrigada pela recepção meus queridos, a partir de hoje essa casa vai ficar mais colorida com a chegada de meu filho.

-VIVIAN: E como ele vai se chamar, dona Heloisa? –Pergunta Vivian, a mais fiel empregada da mansão.

-HELOISA: Ele vai se chamar, Thomas. Em homenagem ao meu falecido pai, que Deus o tenha.

-HEITOR: Agora você precisa descansar meu amor. –Heitor segue com Heloisa até o quarto do casal.

 

SEQ. 08
TAR/INT. / SÃO PAULO – MANSÃO DE AMORA

-AMORA: Seja muito bem vindo meu filho, posso saber onde está o meu neto? –Fala a mãe de Antônio.

-PRISCILA: Aqui está, conheça seu neto, minha sogra. –Fala à megera que entra com a criança em seus braços.

Amora acaricia a criança. –Como ele se chama?

-ANTÔNIO: O nome dele é Stenio.

-PRISCILA: Tenho que comemorar, eu vou pegar o vinho para fazermos um brinde. –Priscila segue para a cozinha e sem ser percebida coloca uma única gota de um poderoso veneno na taça que ela leva para Amora.

-PRISCILA: Aqui está minha sogra, vamos brindar?

-AMORA: Mais é claro, um brinde ao Stenio!

Em um único gole, o veneno percorre pelo corpo de Amora, a morte é inevitável.

-PRISCILA: Acabou aqui sua superioridade, megera.

Continua no próximo capítulo

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