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1º Capítulo

“ - Tudo indica que a sua filha tenha sido vítima do tráfico internacional de bebês”

 

Ao som de “Planos Impossíveis – Manu Gavassi”

 

Ela vestindo um vestido florido, destaca a barriga de nove meses. Com cabelos loiros que se balançam com o vento, anda junto com um garoto. Ele está vestindo uma calça jeans azul marinho e uma camisa branca. Os dois tomam um sorvete. Nervoso, o garoto tenta dizer algo, mas acaba rindo quando Clara joga o sorvete na cara dele.

- Sorvete de chocolate nunca foi tão bom. – diz rindo

- Eu sabia que você ia gostar Vitor

- E quer saber de uma coisa? Você fica muito mais bonita com sorvete de morango – fala esfregando o sorvete de casquinha nas bochechas dela

Os dois riem, e fazem uma guerra de sorvete.

 

 

Ao som de “Heart Attack – Demi Lovato”

No hospital Montenegro, uma mulher está sentada numa cadeira branca de frente a médica, que acaba de colocar os exames no envelope. A sala tem alguns retratos de crianças e um sofá.

- Então doutora? Eu posso engravidar? – perguntou Bianca

- Você não pode ter filhos. – dizia Bruna a Bianca

- Como não?

- Bianca, eu não teria motivos para mentir pra você. Antes de termos uma relação entre médica e paciente, nós somos amigas.

Bianca balança a cabeça negativamente com lágrimas caindo de seu rosto

 

Ao som de “Se eu te abraço – Manu Gavassi”

No dia seguinte, logo de manhã cedo, Vitor estava caminhando no parque,  ensaiando alguma maneira de pedir Clara em namoro. Após algumas tentativas sem êxito, ele é surpreendido pela jovem.

- Vitor?

- Oi, Clara. Quer que eu te ajude? – perguntou referindo-se aos livros que levava.

- Diga o que você quer.

- Eu te amo Clara. Namora comigo?

- Sim. Eu aceito. – disse após um minuto de silêncio

No sinal verde para os pedestres, os dois acabaram se beijando no meio do trânsito. Eles abraçaram-se e ouviu-se um som estranho. De um tiro. Vitor não entendia o porquê de Clara estar caindo no chão, e ao vê-la toda ensanguentada, deu um enorme grito. O maior que pôde dar.

 

 

A poucos quilômetros dali, localizava-se o hospital Montenegro. Clara estava numa maca, desacordada. Atrás, vinham uma mulher e uma criança, de aproximadamente três anos. O maior medo de Vitor naquele momento era o da morte de Clara. Após meia hora, uma mulher chegou perto de Vitor e lhe chamou:

- Querido, como está a Clara?

- Dona Marta... Foi tudo tão de repente. Estávamos dando o primeiro beijo quando tudo aconteceu. Eu não devia...

- Vitor, você não devia nada. Eu tenho certeza que ela sairá dessa.

- Eu não seria tão... – disse ao ser interrompido pelo médico

- Podem ficar tranquilos. A Clara está bem. Precisamos fazer o parto com urgência.

Após um enorme susto, a alegria contagiava a todos do hospital. Nem todos, pois das quinze pessoas que sofreram o acidente, apenas cinco sobreviveram. Clara e a filha eram uma das sobreviventes. 

 

Ao som de “Someday – Britney Spears”

Eram aproximadamente dez horas da manhã. Clara estava no quarto, recuperando-se do susto e preparando-se para tornar-se mãe. Sozinha no quarto, ela virou a cabeça e relembrou o dia do casamento com Roberto, seu ex-marido.

- Clara Mello, aceita casar-se com Roberto Martins na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza até que a morte os separe?

- Sim. – respondeu a jovem com um belo sorriso.

- Roberto Martins, aceita casar-se com Clara Mello na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza até que a morte os separe?

- Sim.

- Pode beijar a noiva.

-Clara? – perguntou uma voz masculina – O médico disse que você já tinha acordado. Você está bem?

- Estou bem sim, Vitor. Obrigada pela preocupação.

O rapaz aproximou-se e beijou a namorada. Segundos depois, ela foi levada a sala de cirurgia para realizar o parto.

 

 

 

Passavam-se das sete horas da noite. Uma pessoa não identificada acionou o alarme de incêndio. Todos saíram. Enquanto o hospital estava vazio, três enfermeiras foram trancadas no banheiro. Ao sair dali, olhou pela vidraça e abriu um sorriso. Após a normalização das atividades, foi aberta a porta do banheiro para as enfermeiras saírem. A primeira coisa que fizeram foi ir até o berçário e o que haviam imaginado se concretizou:

- Quem roubaria três bebês?

 

Ao som de “ Love Me – Katy Perry”

- Como assim? Não é possível! Cadê a minha filha? – era uma voz feminina

- Não sabemos como ocorreu o roubo, mas a sua filha não se encontra dentro deste hospital. – explicou Rodrigo, o delegado

Era o que faltava para fazer do dia mais feliz da vida de Clara se tornar um dos piores possíveis. Não sabia onde a filha poderia estar.

 

 

 

Ao som de “Everytime – Britney Spears”

Bianca passava pela praia molhando seus pés na água salgada. Ao perceber ter pisado em algo, ela olhou para baixo e viu um cesto grande com vários cobertores. Havia três bebês.

- Isto é um milagre! Um bebê... – disse pegando a filha de Clara no colo sem imaginar o sofrimento que estaria dando a estudante

 

Ao som de “Skycraper - Demi Lovato”

No quarto de Clara, Vitor estava ao seu lado. Sua mãe, dona Marta, Rodrigo, o delegado, um dos bombeiros e um policial. A notícia que foi lhe dada foi um baque:

- Tudo indica que a sua filha tenha sido vítima do tráfico internacional de bebês.

 

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