Capítulo 13
Bianca pensou por alguns minutos, até que ela abraçou Clara fortemente. Sua escolha trazia felicidade para ambas.
- Seria muito doloroso para a Estela saber que a mãe morreu. Você é a mãe dela.
As duas saíram do local, felizes.
Luísa e Maria Eduarda estavam á frente de uma médica. A expressão da menina era de medo.
- Você sofre de bulimia. Deseja parar? – era a pergunta de uma médica de olhos azuis e cabelos loiros. Suas unhas eram grandes e pintadas de vermelho.
- Eu quero sim, doutora. – respondeu a menina olhando para a professora- Primeiro: Não jogue comida pelo vaso, no chão, no chuveiro. Você irá digerir todo o alimento e emagrecer de forma saudável. Segundo: O seu peso é este – diz riscando em volta do número – Está normal, não está gorda nem magra demais. Assim que deve ficar. E terceiro: Faça exercícios diariamente. Uma caminhada, uma volta de bicicleta. Nada forçado, até porque você é uma menina ainda.
Após todas as dicas dadas, Luísa levou Maria Eduarda para casa. A menina parecia estar preocupada.
- O que você tem? Qual é o seu medo?
– perguntou a professora chamando no interfone
– Mariana, você pode descer? Preciso falar com você.
- A minha mãe vai brigar com você.
- Pode ficar tranquila.
Mariana abriu o portão do prédio. Bastou um olhar para que Duda subisse.- O que você quer?
- Quero pedir a guarda da Duda.- Era só o que me faltava. Pedir guarda da minha...
- Sua o quê? A Duda nunca será sua filha. Você é completamente doente. Você sente algum amor pela sua filha?
- Sinto. Amor de mãe.
- Mãe? Existem muitas mães que perdem seus filhos pras drogas, bebidas, crimes e você trata a menina de uma maneira horrível. Você tem certeza que se sente no direito de dizer que é mãe? Você sabe o que é ser mãe? Com certeza não. Então vou ajudá-la. Mãe é quem cria, educa, ama, dá carinho e dá a vida por ele. Você faria isso? Não?
- Não...
- Então. Sou mulher e te entendo. Você é daquelas que está presa no Brasil por causa do filho. Mas quer mesmo é viajar e namorar quantos homens quiser. Acertei?
- Na mosca.
- Deixa a sua filha ser feliz. Atrás de tanta maldade, eu sei que você a ama. Vai me dar à guarda ou não?
A mulher pensou, e balançou a cabeça positivamente. Entrou dentro do prédio, e a professora ligou o carro.
No hospital, Estela está acordada, sendo examinada por um médico jovem, de olhos castanho e bonito.
- Mãe? O que você está fazendo aqui?
- Eu voltei. Pensei no que eu ia fazer, e desisti.
- O que a senhora iria fazer?
- Eu? Ia me atirar de um penhasco. Mas esquece. A Clara me fez enxergar coisas que eu não conseguia.
O médico saiu. Estela olhava para ele o tempo inteiro.
- Estela... Você está apaixonada?
- O quê? Não mãe... – diz após alguns minutos de silêncio
As três riem.
No apartamento, Mariana está sentada no sofá. Ela pensa na conversa que teve com Luísa.
Após ter uma decisão, a campainha toca. É um oficial de justiça.
- Boa tarde. Você terá que comparecer ao local para responder ao processo da guarda da menor Maria Eduarda Mello Alencar. Assine aqui, por favor.A mulher assina e o homem sai. Ela corre para o quarto e pede para a filha arrumar as malas. A menina obedece.
No dia seguinte, Luísa sente a falta de Duda na sala de aula. Ela vai á diretoria do colégio e liga para a casa da aluna.
- Alô, dona Marta?Aqui é a professora da Duda. Eu estou ligando para saber se ela está doente, pois não veio á aula.
- Como assim? A Mariana disse que ia viajar, e iria deixar a Duda com você.
- Você sabe para onde ela foi?
- Não. Mas tem um hotel que ela sempre fica quando viaja. Posso dizer?
- Pode – diz pegando um bloco de anotação
– Obrigada dona Marta.
No exato momento entra a diretora da escola.
- Fernanda, você pode cuidar da minha sala? Tenho um assunto urgente para resolver.
- Vai querida, tomo conta da sua classe.
No meio do trânsito, Mariana dirige em alta velocidade tomando bebida alcoólica.
- Vamos ao paraíso, minha filha!
- Mamãe... O carro tá andando muito rápido!
Após alguns quilômetros percorridos, e atingidos muitas placas, Mariana percebe que não consegue frear.
- Duda! Sai do carro! Sai!
- Como assim mãe?
- Sai do carro agora! Anda!
Com o carro ainda em movimento, Eduarda se atira do carro e cai na rua. Ela volta para a calçada um pouco machucada.
A menina corre em direção ao carro, que invade um local de obras e explode.
- Mãe! – grita apavorada enquanto Luísa, que a encontrou a abraça.