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2º Capítulo

Continua no próximo capítulo 

No Capítulo Anterior.

 

CENA 16/ CASA DE RAUL E HELENA/ COZINHA/ NOITE.

Nicole se encontra cabisbaixa sentada em uma cadeira e debruçada sobre a mesa da cozinha.

Raul chega. Nicole ergue a cabeça e olha para o pai, que puxa uma cadeira e senta.

Raul: Todo mundo já dormiu, por que você não vai dormir minha filha? Já tá tarde.

Nicole: Eu não consigo dormir!

Raul: Quer contar o que aconteceu?

Nicole: Melhor não...

Raul: Conta! Eu sou seu pai e você pode confiar em mim!

Nicole: Ai que está o problema, você é meu pai!

Raul: Eu não entendi direito minha filha, o que você quis dizer com isso Nicole?

Nicole e Raul trocam olhares.

Nicole: Eu quis dizer pai... Que eu sempre invejei a minha mãe!

Raul: Como é que é? Eu não estou te entendendo Nicole!

Nicole: Eu quis dizer que a minha mãe foi sortuda quando encontrou você!

Raul e Nicole trocam olhares.

Dos olhos de Nicole já começam a sair lágrima.

Nicole (Triste): Eu quis dizer pai que o meu amor por você não é um amor de filha... Eu te amo pai, mas eu te amo como a minha mãe ama você!

(Refrão SEGREDOS – FAIBE)

Raul fica surpreso com a revelação. Nicole e Raul trocam olhares.

A câmera foco a expressão surpresa de Raul.

O volume diminui calmamente.

 

CENA 01/ CONTINUAÇÃO CENA 16.

Ainda sentados à mesa.

Raul: (Surpreso): Como é que é Nicole? O que você disse?

Nicole: Pai é isso mesmo que você acabou de ouvir... Eu amo você, mas não é um amor de filha!

Raul: Eu não escutei isso! ...Eu não pude ter escutado isso!

Nicole: Pai... Desculpa, eu não escolhi isso, eu simplesmente senti isso!

Raul: Nicole, como isso foi acontecer? Isso não pode acontecer!

Nicole chorando.

Nicole (Alterada): Eu não escolhi isso pai, eu não escolhi!

Raul com os olhos cheios de lágrimas.

Raul: (Sério) Filha, isso não pode acontecer... Nunca vai poder acontecer, eu sou seu pai! ...Seu pai!

Nicole (Emocionada): Desculpa pai, desculpa! ...Eu to até com vergonha.

Nicole curva a cabeça.

Raul: Ei...

Nicole ergue a cabeça.

Raul: Tá tudo bem... Tá tudo bem... Vamos tentar esquecer isso!

Nicole ainda emocionada sorri.

Raul: Agora vem cá, dá um abraço no seu pai!

(Ao Som de Eu NUNCA AMEI ALGUÉM COMO TE AMEI – IVETE SANGALO)

Nicole levanta de sua cadeira, Raul também.

Os dois emocionados se aproximam e então se abraçam.

 

CENA 02/ PORTO ALEGRE/ EXTERIOR/ NOITE.

A música Continua.

Mostra belas imagens da cidade.

(Avenida Borges de Medeiros, Mercado Público Central, Cais do Porto, Lago Guaíba, BR 116).

O volume diminui calmamente.

 

CENA 03/ BR 116/ CARRO DA FAMÍLIA DE CASSIANO/ INTERIOR/ NOITE.

Um jovem rapaz (23 anos, olhos castanhos, forte, cabelo cortado bem curto) dirige o carro, ao seu lado está Cristal.

Cristal: Brigada mesmo Cassiano, eu precisava de um lugar pra ficar...

Cassiano: Pode ter certeza que você será bem tratada lá em casa! ... (Sorrindo). Imagina só a cara da minha mãe ao ver a filha de Bráulio Casagrande lá.

Cristal sorri.

Cassiano: Agora... Você não acha que devíamos ter ficado lá?

Cristal: Fizemos a nossa parte, chamamos ajuda... Se ficássemos você iria se complicar, mas em fim com tudo isso que aconteceu, ainda bem que o seu carro não amassou muito!

Cassiano (Sério): Que horror Cristal, parece que você não ficou com pena daquele senhor...

Cristal: Mas é claro que fiquei.

Cassiano: Ah... Cristal você ia me falar, mas não me falou... O que é que houve? Você está fugindo por quê?

Cassiano e Cristal se olham brevemente.

Cristal: Eu não sou filha da Andréia, Cassiano!

Cassiano (Espanto): Meu Deus!

Cassiano olha para Cristal rapidamente.

Cristal (Séria): E enquanto eu não me sentir bem, eu acho que eu não volto pra aquela casa... Posso contar com a tua ajuda? Posso ficar na tua casa por um tempo?

Cassiano olha para Cristal.

Cassiano: Mas é claro que pode, pode ficar o tempo que for necessário.

Cristal sorri para Cassiano.

 

CENA 04/ CASA DE BRÁULIO E ANDRÉIA/ SALA/ NOITE.

Ouve-se um barulho na fechadura.

Bráulio levanta do sofá entusiasmado, Andréia continua sentada.

Bráulio: Deve ser ela, deve ser a Cristal!

Andréia: Duvido!

Para a aflição do pai, quem entrara é sua filha caçula (16 anos, olhos castanhos, cabelo ruivo, coque, camiseta branca com um urso panda, calça jeans preta, sapatilha branca) e a mais velha (25 anos, longos fios de cabelos pretos, olhos castanhos, um lindo vestido de renda branco com plumas pretas e um sapato alto preto). Para o descontentamento do pai.

Filha Caçula (Sorrindo): Oi Gente!

Filha mais Velha (Sorrindo): Família!

Bráulio: Ah...

Andréia: Eu não falei pra você?

Bráulio senta no sofá.

Bráulio: Não enche Andréia, não enche!

Filha Caçula: Nossa que recepção boa, não é mesmo Rebeca?

Rebeca (Desanimada): É Alexia, todos ficaram felizes com a nossa chegada!

Alexia e Rebeca riem.

Alexia (Séria): Agora andem... Desembuchem... O que aconteceu?

As irmãs se posicionam de fronte aos pais.

Bráulio: A Cristal não chegou até agora!

Rebeca (Surpresa): Isso? Só isso? ...Não se preocupem a Cristal deve estar com alguma amiga!

Alexia: A Rebeca tem razão, não se preocupem a toa!

Bráulio (Exaltado): Mas me expliquem o motivo dela não atender ao telefone! Expliquem-me!

Bráulio e as filhas trocam olhares.

 

CENA 05/ CASA DE ESTER E RODOLFO/ SALA/ NOITE.

Uma dona de casa (55 anos, de olhos verdes, pele um tanto enrugada, com um coque feito em seus cabelos pretos, com um leve tom vermelho, usando uma camiseta branca simples, sem detalhes e uma saia rendada laranja, com um simples chinelo de dedo, preto) e o marido (53 anos, cabelos brancos, repartidos ao meio, com alguns fios pretos, dono de um bigode preto, olhos castanhos, usando uma camisa jeans e uma bermuda também jeans, não está calçado) dormem abraçados em um velho sofá bege de couro. Em sua volta encontra-se uma estante com uma televisão 21 polegadas e uma vassoura, as paredes da casa são brancas.

Cassiano chega com Cristal em casa.

 

(Ao Som de INSTRUMENTAIS NOVELAS – EDOM OLIVEIRA – PUREZA)

 

Com a chegada de ambos, a dona de casa e o marido se acordam.

Ao olhar a dona de casa se impressiona ao ver Cristal, logo ela se levanta.

Cassiano e Cristal se aproximam da mesma. O marido da dona de casa continuara sentado.

Dona de Casa (Surpresa): Você?

Cristal sorri.

O volume diminui calmamente.

 

CENA 06/ CASA DE BRÁULIO E ANDRÉIA/ QUARTO DO CASAL/ NOITE.

(Ao Som de VOCÊ NÃO ME ENSINOU A TE ESQUECER – CAETANO VELOSO).

Já passam da uma da manhã. Deitada do lado esquerdo, virada para o lado, Andréia finge não ver Bráulio se levantar. Logo após se levantar, o marido de Andréia veste uma bela camisa preta, social e uma calça preta, também social, por cima ele coloca um blazer também preto. Após colocar seu relógio banhado a ouro, pegar sua carteira e seu celular ele abre a porta cuidadosamente e sai, deixando Andréia ali, só. Logo, Andréia se vira com seus olhos cheios de lágrimas.

O volume diminui calmamente.

 

CENA 07/ PORTO ALEGRE/ EXTERIOR/ MANHÃ.

(Ao Som de MARÉ NX ZERO).

Mostra belas paisagens da cidade.

(Lago Guaíba Amanhecer, Ponte sobre o lago Guaíba, Aeroporto Salgado Filho (Vista Aérea), Rodoviária (Vista Aérea), Mercado Público, Prefeitura, Cais do Porto).

O volume diminui calmamente.

 

CENA 08/ HOSPITAL ROSÁRIO E SILVA/ SALA DE MARINA/ MANHÃ.

Marina escreve um relatório, sentada a sua mesa branca com alguns, portas canetas, calendários e papéis, de jaleco branco ela está.

Batem a porta.

Marina: Pode entrar!

(Ao Som de TUDO FOSSE FÁCIL – MICHEL TELÓ E PAULA FERNANDES).

Pedro entra, Marina ergue a cabeça.

Pedro se aproxima.

Pedro: Eu posso conversar com você? Por favor!

Marina e Pedro trocam olhares.

O volume diminui calmamente.

 

CENA 09/ HOSPITAL ROSÁRIO E SILVA/ SALA DE DANIEL/ MANHÃ.

Daniel está sentado a sua mesa de fronte a Atílio, na mesa se encontra alguns papéis, porta lápis e também um retrado da família de Daniel no Rio de Janeiro, Cristo Redentor.

Daniel: Que bom tio, que bom que você aceitou a fazer os exames... Isso vai ser muito importante pra você!

Atílio: Eu sei Daniel, eu sei... Também sei que esses sintomas nunca me aconteceram... Eu estranhei muito, de uma hora pra outra...

Atílio curva a cabeça.

Atílio (Triste): Os meus mamilos aumentaram...

Daniel: Mas não se preocupe tio... Caso for o que estou pensando, ainda dá para reverter à situação, pode ter certeza!

Atílio ergue a cabeça.

Atílio: Assim espero... Agora vamos, abre logo esse envelope Daniel, eu quero saber, não aguento mais ficar nesta agonia!

Daniel e Atílio trocam olhares.

Daniel olha para o envelope, logo abre. Ele lê.

Daniel e Atílio trocam olhares.

Atílio (Preocupado): O que foi? O que, que é? Pode falar, eu aguento o que for!

Daniel: Como eu suspeitava tio...

Atílio (Assustado): O que Daniel? O que?

Daniel (Sério): Você vai precisar ser forte!

Atílio e Daniel trocam olhares.

Daniel (Triste): Porque você está com câncer de mama, tio! Câncer de mama!

Atílio fica perplexo.

 

CENA 10/ HOSPITAL ROSÁRIO E SILVA/ SALA DE MARINA/ MANHÃ.

Pedro senta-se de frente para Marina.

Marina (Séria): O que você quer Pedro? Fala!

Pedro: Ontem à noite tu saíste correndo, depois do beijo... Eu só quero saber se aquele beijo significou alguma coisa pra ti.

Marina abaixa a cabeça.

Pedro (Olhar Triste): Fala Marina... Significou alguma coisa?

Marina ergue a cabeça, com lágrimas em seus olhos.

Marina (Séria): Aquele beijo não teve significado nenhum Pedro, nenhum! ... (Olhar de Desprezo). Eu tenho nojo de você, nojo de todo o mal que você me fez, todo o mal... (Séria). Você acha que me engana, mas eu te conheço Pedro, eu sei que por trás dessa cara de apaixonado, o que você está querendo mesmo é se vingar da gente, mesmo eu sendo tua prima... Você quer se vingar, eu sei, se vingar por ter ido preso, não é?

Pedro (Indignado): Mentira! Mentira!

Marina: Você ainda acha que me engana?

Pedro se levanta alterado.

Pedro (Exaltado): Eu não quero me vingar... Eu só quero o teu amor Marina, o teu amor!

Marina se levanta também.

Marina: Pois então fique sabendo que ele você nunca vai ter!

(Ao Som de WHEN YOU GOT A GOOD THING – LADY ANTEBELLUM)

Chorando Pedro vira as costas para Marina e sai da sala, logo Marina se senda chocada e com lágrimas em seus olhos.

Flashback.

Fade In Branco.

 

CENA 11/ CASA DE RAUL E HELENA/ QUARTO DE NICOLE/ NOITE.

Marina e Pedro se aproximam. Suavemente eles se abraçam, conforme os segundos seus corpos começam a se atrair, o abraço tornara princípio de algo mais. Pedro acaricia o rosto de Marina, que anseia pelo seu beijo, seus olhos se entrelaçam e então após poucos segundos Pedro e Marina se beijam apaixonadamente.

Fade Out Branco.

Marina se revolta, limpa sua boca, demonstrando nojo e desprezo por Pedro. (Plano Próximo).

O volume diminui calmamente.

 

CENA 12/ CASA DE RAUL E HELENA/ COZINHA/ MANHÃ.

Helena toma o seu café da manhã, ela bebe um café preto em uma caneca preta e come algumas torradas sobre um prato branco, quadrado. Nicole chega à cozinha de pijama.

Nicole (Sorrindo): Oi mãe, bom dia!

Helena (Sorrindo): Bom dia filha senta aí tome um café com a sua mãe!

Nicole senta-se a mesa.

Nicole: Onde foi o Pedro?

Helena: Ah... Ele levantou cedinho e saiu com o seu pai e o Daniel para o hospital.

Nicole: Aposto que ele foi ver a Marina.

Helena ri.

Helena: Pois é! ...Você sabe o que aconteceu ontem? A Marina chegou meio nervosa na sala, dizendo que tinha que ir embora, foi embora antes do Atílio e da Pilar, até estranhei.

Nicole levanta.

Nicole (Surpresa): Você não sabia? Ela e o Pedro se beijaram!

Nicole vai até o balcão onde pega achocolatado, na geladeira ela pega o leite, de volta ao balcão ela pega um copo e sobre a pia ela pega uma colher.

Helena vira perplexa.

Helena (Surpresa): Eu não acredito!

Nicole (Mexendo o achocolatado): Pra ti ver mãe... Agora me diz, o que a senhora vai fazer na rua hoje?

Helena: Nós temos reunião na escola!

Nicole: Mas as aulas não voltam só segunda que vem?

Helena: Sim, sim, mas agora é uma reunião com os professores, acho que vamos mudar algumas coisas neste último bimestre na escola!

Nicole: O que, por exemplo, mãe?

Helena: O governo está querendo implantar um tal de ensino politécnico agora nas escolas particulares também!

Nicole senta-se a mesa com o copo de leite.

Nicole: Mas me conta isso direito... O que é isso?

Helena: Na realidade eu não sei bem, mas sei que a maioria dos meus colegas nas instituições estaduais e também municipais, não aprovaram... O que eu acho é que o governo não podia obrigar até mesmo nas escolas particulares!

Nicole: Com certeza, mas agora vai dizer isso para tia Ofélia!

Helena: Uhum! Ela fica uma fera, te garanto... (Séria). Sabe Nicole, eu tenho absoluta certeza que sua tia ainda vai se dar muito mal com esse negócio de governar o Rio Grande do Sul!

Nicole e Helena trocam olhares.

 

CENA 13/ PALÁCIO PIRATINI/ GABINETE DE OFÉLIA NOBRE/ MANHÃ.

A governadora do Estado do Rio Grande do Sul (68 anos, olhos castanhos, loira natural, cabelos até os ombros, Chanel, cheia de colares de ouro, vestindo uma calça social branca e uma camisa de seda também branca e um belo sapato alto preto) meche em seu notebook que está sobre sua mesa, cheias de papéis, canetas, porta lápis e afins, ela está sentada em uma bela cadeira de couro branca, seu marido (66 anos, cabelos pretos, com alguns fios brancos, um tanto gordo, olhos castanhos, vestindo uma camisa social branca, de baixo de um blazer preto, com uma calça social branca e um sapato preto) está ao lado sentado em uma bela cadeira de couro preta. O local onde estão está rodeado por janelas grandes, dois sofás pretos de couro em cada canto e ao lado da mesa da governadora três bandeiras: Da cidade, do estado e do país. Números aparecem na tela do notebook da governadora, já passam de milhões.

Governadora (Sorrindo): Só aumenta Antenor, sério amor... Por mim, nunca mais deixava o governo desse estado imbecil!

Antenor: Ofélia querida, você sabe algum dia isso vai acabar!

Ofélia: Mas até lá, nós podemos roubar e muito meu amor!

Antenor e Ofélia se olham sorrindo.

Antenor (Rindo): Isso é verdade! ...Esse povo idiota achou que aquelas manifestações iam tirar a gente e os nossos companheiros do poder!

Ofélia: São mais imbecis ainda, porque não perceberam que diminuímos no ônibus, mas aumentamos na luz!

Ambos riem.

Antenor (Sorrindo): Idiotas!

Ofélia: Sabe Antenor... Por isso que eu amo você... Você sempre está do meu lado e nunca me decepcionou!

Antenor: Eu te amo querida, eu te amo!

Eles trocam olhares, se aproximam e se beijam brevemente.

Antenor: Te amo mais ainda, pela conta bancária!

Antenor ri.

Antenor: Brincadeira meu amor, brincadeira!

Ofélia (Sarcástica): Acho bom, hein, acho bom!

(Ao Som de QUE PAÍS É ESSE? – LEGIÃO URBANA)

Os dois riem.

 

CENA 14/ CASA DE BRÁULIO E ANDRÉIA/ QUARTO DO CASAL/ MANHÃ.

A música continua.

Bráulio e Andréia dormem virado um de costa para o outro.

Alexia entra no quarto de pijama todo branco, apavorada com seu notebook preto.

O volume diminui calmamente.

Alexia (Gritando, Apavorada): Mãe! Pai! Acordem!

Assustados Bráulio e Andréia se acordam e se sentam na cama.

Andréia (Assustada): O que aconteceu minha filha? O que foi?

Bráulio (Assustado): Alexia, o que aconteceu? É alguma coisa com a Cristal?

Alexia abaixa a cabeça.

Bráulio (Sério): Fala Alexia, fala logo!

Alexia ergue a cabeça e coloca o notebook de frente para os pais sobre a cama. Bráulio e Andréia se surpreendem ao ver uma foto de Cristal com Miúdo.

Bráulio se levanta enfurecido e apontando para a foto.

Bráulio (Furioso): Mas o que é isso? Onde a Cristal foi se meter? Isso não pode estar acontecendo, não pode!

Bráulio trocam olhares com Alexia e Andréia.

CENA 15/ HOSPITAL ROSÁRIO E SILVA/ CANTINA/ MANHÃ.

Marina toma um café juntamente de sua amiga (30 anos, olhos castanhos, longos cabelos loiros com algumas mechas pretas e nas pontas alguns cachos, vestida de um jaleco branco e uma calça branca) assim como Marina. Em volta do local se encontra mesas, pessoas sentadas e também um local com diversos alimentos.

Raul passa pelo local.

Raul: Olá meninas, tudo bem?

Marina: Oi tio, tudo bem!

Amiga: Oi seu Raul! Tudo ótimo!

Raul sorri e logo segue o seu caminho.

Amiga: Então amiga, me fala, o que aconteceu? O Pedro te beijou de novo?

(Plano Médio em Ambas).

Marina: Não, graças a Deus, não! ...Mas ele veio me falar que me ama, veio perguntar se o beijo significou algo pra mim... Acredita nisso Catarina?

Catarina: E o que você disse?

Marina: Ora! O que eu disse? ... (Séria) Eu disse que não significou nada e é verdade!

Catarina (Séria): Para Marina! Para!

Marina: Para o que?

Catarina: Para de se enganar... Desde que o Pedro voltou você sentiu alguma coisa, não tenta mentir pra mim... Eu sei que ele te fez muito mal, mas sinceramente eu acho que você gostou daquele mal que ele te fez!

Marina: Assim você me ofende amiga!

Catarina: Mas é sério... Estupro, ele com 22 e você com 16?

Marina: Eu tinha de falar alguma coisa, o meu pai nos pegou juntos... O que eu ia dizer?

Catarina: Ia dizer que ama ele, mesmo ele sendo seu primo, ia dizer que transou sim com ele, por livre e espontânea vontade!

Marina: Eu não tive coragem Catarina, não tinha como eu falar isso!

Catarina: Viu... Você confessou! Você gostava do Pedro, eu já sabia disso, mas agora ouvi de sua boca!

Marina: Não, isso é mentira, eu tenho nojo dele!

Catarina: Não se engana amiga, não se engana, porque o Pedro já sabe que você ama ele!

Marina (Surpresa): Como é que é?

(Ao Som de NOVELA AMÉRICA INSTRUMENTAL – ÊXODO)

Pedro se levanta da mesa ao lado, ele estava de costas para as médicas. O ex-presidiário tira o capuz e Marina percebe que o mesmo escutou toda a conversa. Cara a Cara, Pedro e Marina trocam olhares.

Close no rosto boquiaberto de Marina.

O volume diminui calmamente.

 

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