3º Capítulo
Vitor encontrava-se sentado no banco de uma praça. Carolina que passava pelo local senta ao lado dele.
- O que aconteceu, Vitor?
- Não sei, Carolina.
- Como não? Um homem não chora por qualquer coisa. Principalmente você. Conta aí. Discutiu com a Clara?
- Não.
- Ela falou alguma coisa pra você?
- A Clara acha que eu roubei os bebês do hospital.
- Você? – pergunta perplexa
Ao som de “Let It Go - Demi Lovato“
Na casa de Marta, Mariana chega á residência com algumas malas. Joga-se no sofá e fecha os olhos. No silêncio, ela ouve a conversa entre Clara e Marta e sobe as escadas.
- Você nunca vai entender mãe. Teve duas filhas, cresceram e já são duas mulheres. Uma é escandalosa e a outra quieta. A última é uma “ex-mãe”.
- Nunca mais diga isso, Clara! A gente nunca deixa de ser mãe. Desde que você cuidou do bebê que estava aí dentro, te tornou mãe.
- “Mãe”. O que significa esta palavra?
- Não fale assim, minha filha. A pessoa que fez isso vai pagar pelo que fez. E não diga que foi o Vitor.
Mãe e filha se abraçam. Mariana sai e volta á sala.
- Então quer dizer que os pombinhos estão namorando? Está na hora disso acabar.
Ao som de “Se eu te Abraço – Manu Gavassi”
- É Carolina. A Clara acha que tudo aconteceu por que a pedi em namoro.
- Mas ela está enganada. Deixa que eu vá lá falar com ela.
- Não, Carolina. Melhor não.
- Vitor. O que você quer? Que a Clara continue achando que você é o responsável pelo crime?
- Ela não sabe que eu sei. Eu escutei a conversa dela escondida com a sua mãe.
- Então é melhor você dar um tempo.
- Quanto tempo?
- Alguns dias. Ela é uma garota ainda, acabou tendo um filho e aconteceu tudo isso. É complicado.
Vitor abraça Carolina e se distancia.
- Vitor. Espera.
Os dois trocam olhares e se beijam. Mariana flagra a cena e fotografa o beijo atrás de uma árvore.
- Foi mais fácil do que eu imaginava.
Mariana deixou o envelope amarelo que continha as fotos dentro do correio, e mais tarde, a moça iria pegar.
Chegou em casa e viu a sobrinha sentada no sofá.
- Tia? Onde você foi?
- Fui fazer algo muito importante que mais tarde você irá saber.
- Filha! Vai lá em baixo pegar as correspondências?
Clara sai do apartamento. Mariana dá um sorriso e Marta estranha. Ao pegar as correspondências, a jovem estranha ter um envelope amarelo endereçado á ela sem remetente.
Ao voltar, Clara abre o envelope e vê fotos de Vitor e Carolina aos beijos.
- Desgraçado!
- O que é isso minha filha?
- Isso? Isso aqui é o amor que a tua filha sente por mim. Olha isso aqui. Não, a Carolina não.
Enquanto Marta observa as fotos, Carolina chega ao apartamento.
-Nossa, que baixo astral é esse?
- Não se faça de desentendida, Carolina.
- Do que você está falando?
- Dessa pouca vergonha aqui. O que me diz disto?
- Eu falo. Eu beijei o Vitor sim.
- Vagabunda.
Clara sobe as escadas e se tranca no quarto.
Carolina manda uma mensagem para Vitor:
“A CLARA DESCOBRIU O BEIJO”
Ao som de “Someday – Britney Spears”
Passaram-se alguns dias. Havia cinco pessoas em frente ao delegado: Bianca, Clara, Vitor, Roberto e Dra. Bruna.
- Quem vai começar? – perguntava o delegado
- Eu
- “Eu” quem?
Clara levantou-se.
- No dia 22 de Dezembro, houve um roubo no hospital.Todos os pacientes saíram, e apenas o berçário ficou “esquecido”. Três enfermeiras presas no banheiro... Como você explica isso?
- Como? Eu não sou a responsável do acontecido!
- Apenas responda.
Clara respirou fundo e com lágrimas nos olhos, disse:
-Eu não teria motivos para abandonar a minha filha. Eu a amo e nada vai afastar este sentimento. Eu quero justiça! Se alguém deveria ser traficada esta pessoa sou eu, e não um bebê indefeso. Preparem-se, pois eu sou uma mãe leoa e farei de tudo para ter ela de volta, nem que demore vinte anos para isso acontecer.
Após as palavras da estudante, o delegado de tal maneira acabou se emocionando. Chamou a próxima, a Dra. Bruna.
-O hospital Montenegro sofreu um suposto incêndio. E foram roubadas três crianças recém-nascidas. Nesta mesma noite, Bianca acabou descobrindo que não poderia ter filhos. Mas ouviu-se um choro do apartamento da escritora. Ela não estaria grávida e apareceram duas crianças. Comprova-se que uma delas foi vítima do Tráfico Internacional de Bebês.Eu não sei quem foi o responsável pelo sumiço da filha de Clara
- Próxima.
- Eu posso? – pergunta Clara a Bianca querendo ter a bebê em seus braços
Bianca olhou para Bruna, que concordou positivamente com a cabeça. Ela lhe deu a filha e foi dar o depoimento. A meio segundo dava uma olhada para trás.
- Estou esperando.
- A única coisa que eu quero é ser mãe. Nada mais. Eu tenho esse direito
Deu para ouvir o som de um grilo. Todos na sala esperavam que Bianca prosseguisse
- Só isso?
- Sim. Com licença.
Ao som de “Planos Impossíveis – Manu Gavassi”
Alguns minutos depois,Clara estava no bebedouro quando Vitor a chama.
- O que você quer?
- Eu preciso falar com você.
- Acabou tudo entre nós, Vitor.
- Aquele beijo, Clara, não significou nada.
- Pra mim não importa. Acabou.
- Eu ia casar com você, Clara. Mas eu fui á sua casa, e ouvi você dizer que eu era o responsável pela morte...
- Minha filha está viva!
- Sim. Pelo roubo da sua filha. Como você acha que eu me senti? Daí, o bobo chora lá na praça e a Carolina conversa comigo. Eu te amo Clara. Daria a minha vida por você.
- É mesmo? – indaga
- Eu te amo! Casa comigo?
- Vitor, é melhor eu pensar. Tá muito confuso. Mas por hora... Eu te perdoo.
Ao som de “Everytime – Britney Spears”
Já eram duas horas da tarde. Bianca estava a amamentar Estela e acabou preocupada com a aproximação de Clara.
- Qual é o nome dela?
- Estela.
- Não poderia ter dado outro nome. Lindo como o bebê.
- Eu posso pegar ela outra vez?
- Pode. Cuidado que...
A criança parecia gostar do colo de Clara, que sentia ser aquela a sua filha.
Após alguns minutos, Bianca não aguentava mais a cena “romântica” entre mãe e filha, uma vez que Clara é a mãe biológica da criança. Decidiu acabar com aquilo de uma vez por todas.
- Moça, você poderia entregar a criança?
- Por quê?
- Ela é minha filha.
- Não! Ela é minha filha! – gritou Clara