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Capítulo 4

As duas mulheres acabaram trocando olhares duvidosos. Clara baixou a cabeça, e beijou a testa de Estela. Bianca fechou os olhos e relembrou uma conversa com Bruna:

-Você não tem noção da loucura que está fazendo. Essa criança foi ROUBADA do hospital e segundo os policiais, ela foi TRAFICADA. Satisfeita?

- Eu não vou devolvê-la. Estou feliz.

- A custa dos outros? Como fica a família dessa criança, Bianca? Você poderia ser um pouco compreensível.

Ao voltar a si, ela pergunta:

- Como era a sua filha?

- Ela é linda. Eu tenho certeza. E acho que é igual. Ou então, esta seja a minha filha.

- Não... Não é! Bebês são todos iguais quando nascem. Eu preciso ir.

- Desculpe. Parabéns pela filha.

 

 

 

Carolina encontrava-se sentada numa poltrona, lendo o clássico de William Shakespeare, “Romeu e Julieta”. Estava na página dezenove, e o livro em seu todo, tinha cinquenta páginas. Concentradissíma na leitura acabou se perdendo nas linhas com o rit de Joaquim:

 

Feijão, gatão, cachorrão...

É assim que se trata um

Malucão!

 

Feijão, gatão, cachorrão...

É assim que se trata um

Malucão!

 

- Oi? Endoidou de vez é?

- Pode ser. O que você tá lendo aí?

- Romeu e Julieta.

- Não quer fazer algo mais divertido? – diz com segundas intenções

- Claro... QUE NÃO!

 Joaquim sai. Carolina voltou à leitura.

 

 

Ao som de “Planos Impossíveis – Manu Gavassi”

 

Vitor estava em seu quarto, um pouco pequeno, com uma cama, um roupeiro, e um computador. O garoto não era muito fã da televisão, uma vez que ela exibe muitas bobagens. Com o incrível talento de escrever, o menino abriu o Word e começou a escrever uma história em vinte páginas.

Uma dúvida o fez abrir a página da internet e procurar “Como conquistar uma garota”. Após uns dois minutos ele voltou à escrita.

Éramos muito pequenos quando nos encontramos. Lembro que você vestia um vestido branco. Deveria ter uns dois anos e eu dois anos e meio. Com essa idade, quase impossível de lembrar. Confesso que estou baseando-me numa foto. Eu estou sendo um bobo escrevendo isso, mas... Eu estou apaixonado por você. Desde daquele dia que eu pedi em você em namoro, eu me arrependo de certa forma. Eu te amo! Mas eu não queria que você fosse baleada e teria a pior perda que uma mulher pode ter. Eu prometo a você que um dia ela irá voltar.

Você está chorando nesse momento! Acertei? Eu quero te fazer um convite. Aceita casar comigo? Farei-te feliz. E poderei dar-te outros filhos. Eu sei que nenhum filho substitui outros, mas este é um “remédio” provisório para este sofrimento injusto. Eu te amo.”

 

- Você não toma jeito, mesmo não é? Claro que eu aceito! – dizia Clara emocionada após ler a carta

Os dois beijaram-se apaixonadamente

 

 

 

Ao som de “Radar – Britney Spears”

 

Bianca estava em seu escritório, começando a escrever uma nova história, cujo título seria: “Segredos”. E começou:

Mamãe sempre estava acordada antes das cinco horas da manhã. Ela diz sempre estar com sono, mas nunca dorme uma meia hora a mais, que faria uma enorme diferença no dia dela.

- O que tem para o café, mamãe? – era a minha pergunta de sempre.

- Sanduíche, Bianca. Em casa de pobre não tem mordomia.

Ela não estava estressada. Provavelmente, aquela era a centésima vez que eu perguntava, e sempre tinha a mesma coisa. Terminei de tomar o café e fui escovar os dentes...Ops! Não tinha pasta. E agora? O que eu faço?

Demorou cinco minutos até eu encontrar uma pasta. Era a pasta do papai. Eu não entendo porque ele coloca na cara. Alguém sabe? É melhor eu escovar os dentes logos, se não mamãe vai brigar comigo!

Bianca terminou de escrever o capítulo, e foi chamada por Fernanda, empregada e babá da casa.

- Dona Bianca... Eu tenho que ir ao supermercado, e a Estela acabou de dormir. Eu posso ir?

- Pode ir sim, Fernanda. Não se preocupe. Eu cuido dela.

Com a babá eletrônica ao lado do computador, ela continuou a escrever:

Que pasta ruim! Eu não tive outra saída. Tinha que escovar os meus dentes, caso contrário,eles iriam apodrecer. Depois de lavar a minha boca, eu fui ler o nome da marca para papai nunca mais comprá-la

- Pasta de barbear.

Ih! E agora?

Bianca salvou o documento e foi ao quarto de Estela, que acabara de acordar, e estava a chorar.

 

 

 

 

Mariana estava na sala, lendo uma revista. Insatisfeita com a reportagem reclama em voz alta:

- Vagabundo. Aproveitou que estávamos divorciados e correu para os braços de qualquer vadia. Isso não vai ficar assim. Não vai!

A mulher joga a revista para o outro lado da sala com certa violência.

 

 

 

 

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Continua no próximo capítulo! 

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