Capítulo 7
Ao som de “Someday – Britney Spears”
Uma palavra resumia aquele momento angustiante e dramático: Tristeza. Vitor estava sentado ao chão, abraçando Clara.
Após o corpo do bebê ser removido do local, o casal apaixonado deitou no chão e se beijaram.
- Eu te amo Clara. Topa ser feliz comigo?
- Topo.
Paloma estava a frente do marido, lendo um jornal, sentada na cadeira branca, em seu escritório.
Roberto, por sua vez apertava agressivamente a caneta, que fazia aquele barulho irritante.
- Para com isso, Roberto. Vai me deixar louca! – gritava Paloma
- Você poderia me dar a parte de trás do jornal? – pedia Roberto
- Não preciso dividir com você. Fica com essa porcaria.
- Paloma. Minha filha morreu, tenha respeito.
- Quando a sua filha estava viva, você não ligou muito. Agora, que ela está morta e enterrada, você decide montar o circo.
- Não é bem assim, Paloma. Entenda.
- Entender o quê? Não precisa disfarçar Roberto. Eu sei que você tá apaixonado pela Clara ainda. Vai. Fica lá com ela. A mãe da sua filha.
-O que você tem? Posso saber?É TPM outra vez?
- Amanhã você saberá.
Paloma sai do escritório deixando Roberto curioso.
Ao som de “Love Me – Katy Perry”
Bianca chegou a delegacia. Assustada com a agressividade que os polícias tratavam os presidiários, tentou “fugir” deles. E conseguiu. Bateu na porta da sala do delegado e entrou totalmente desajeitada com o carrinho do bebê.
- Eu sou amiga da Bruna Gomes, e ela pediu pra que eu entregasse essa carta a vocês.
Rodrigo não respondeu nada. Abriu a carta, esticou, e a leu.
Ao fim da leitura, perguntou para Bianca:
- Aqui está dizendo que ela traficava crianças para outro país, mas que não pegava nenhum bebê do hospital Montenegro. Você sabia disso?
-Eu não sei de nada não. Com licença.
Ao som de “Se eu te Abraço – Manu Gavassi”
Após sair do local trágico, Clara e Vitor foram passear no parque, mesmo local que meses atrás a moça havia sido pedida em namoro pelo rapaz.
Os dois se entreolharam, e sentaram. Permaneceram em silêncio pouco menos de três minutos, quando a jovem falou o que rapaz queria ouvir:
- O meu vestido de noiva será o mais lindo dessa cidade.
- Você está falando sério? Vai casar comigo?
- Se não quiser, eu posso recusar.
- Você será a noiva mais linda do mundo
Os dois beijaram-se.
- Vocês vão casar? Quando, onde,por quê? – era a pergunta de Marta, que desligava a televisão, colocando o controle por cima da mesa, no centro da sala.
- Calma mãe. Vamos nos casar em dois meses. Na igreja e... Por que a gente se ama.
- Esqueceu-se da sua filha?
- Não começa. Claro que não me esqueci dela, mas... Eu quero reconstruir a minha vida.
- Entendo. Vou dizer apenas uma coisa, rapaz – diz apontando para Vitor – Se você machucar a minha filha, você não sai vivo. Entendeu?
- Não se preocupe dona Marta. Tomarei muito cuidado.
Ao som de “Everytime – Britney Spears”
Antônia estava sentada na cadeira giratória em sua sala encarando Rodrigo. Ignácio mordia-se de ciúmes, mas ao mesmo tempo sabia que a aproximação dos dois era por conta do crime no hospital.
- Eu recebi uma carta de uma pessoa, e é algo sério.
- Posso ler?
- Sim. – disse entregando delicadamente a carta enfurecendo Ignácio
- A Bruna morreu? Aqui diz que ela traficava crianças, mas não crianças desse hospital. Então quem roubou?
- Infelizmente, não a nada a se fazer. Os dois estão mortos e as crianças também.
- E os dois bebês encontrados?
- Foram devolvidos á mãe na mesma noite.
Antônia ficou confusa
Ao som de “Radar – Britney Spears”
Mariana chegou ao hospital, e pediu para conversas a sós com Antônia. As duas saíram para tomar um café. A diretora do hospital estranhava a simpatia da mulher, que pediu dois pães de queijo e um suco de maçã.
- Estou no meio do expediente. O que você quer?
- Fiquei sabendo que você se casou com o meu marido. É verdade?
- Sim. Algum problema?
- Nenhum, querida. Só terá se você não fizer o que vou pedir.
- O que você quer?
- Que você suma do país.
- Do que você está falando?
- Simples. Você irá voltar para a França com o idiota do Ignácio. Ele só me traz más lembranças.
- Que “más lembranças”?
- Eu fiquei grávida dele. Mas abortei a criança antes de chegar na casa da minha irmã.
- Você é um monstro. Como teve coragem de matar o próprio filho?
- Isso é problema meu. Então faça o que estou pedindo, caso contrário, eu mato vocês dois. Tenho que ir.
Mariana sai. Antônia fica pensativa.