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"Os celulares não paravam de tocar nos bolsos das pessoas mortas e isso está doendo na gente."

Domingo, 27 de Janeiro de 2013. O centro das atenções dos noticiários  brasileiros se voltaram a uma verdadeira calamidade que levou ao óbito de mais de 200 pessoas no incêndio da Boate Kiss em Santa Maria á 307 quilômetros de Porto Alegre.  

Quarta 30 de janeiro de 2013. Uma das vítimas do sexo feminino desperta de um longo sono profundo que a levou a perda das atividades cerebrais por cerca de setenta horas. 

Aqueles olhos azuis fitou o quarto do hospital completamente vazio, ao longo de quase 20 anos nunca presenciou tamanha desgraça, tristeza e dor. 

O corpo deitado na cama hospitalar não escondia a beleza de ascendência europeia. Seus pais nasceram e se casaram na Alemanha e vieram para o Brasil por uma oportunidade melhor de emprego. 

Dona Helga assim chamada à mãe da adolescente entra no aposento e olha emocionada para a filha finalmente acordada. 

       - Como você tá Luisa? – Pergunta já a abraçando.  
       - Acho que estou bem mãe. – Tenta respirar se calando por alguns segundos. – Mas onde está o Gabriel? 

Sábado, 26 de janeiro de 2013. Luisa se arrumava dentro do quarto de casa e olha para o pôster da banda Gurizada Fandangueira que misturava ritmos do sertanejo com a música tradicional gaúcha, o uso de efeitos especiais durante os espetáculos eram comuns e um dos pontos altos do show. 

A garota atualmente cursa administração em uma faculdade federal. 
Antes de sair abraçou e beijou os pais como nunca antes, a mãe sentiu que algo de errado iria de acontecer àquela noite. 

Luisa entra no carro do namorado que logo a beijou subitamente. Observava os olhos castanhos do homem que era apaixonada, quando se ama parece que à tristeza no mundo lá fora não existe e tudo ao redor acaba se tornando perfeito.   

Segunda, 04 de Março de 2012. O homem negro e alto caminhou com as flores na mão por uma universidade e entregou para uma bela dama loira a adiante, haverá de oficializado o namoro à família.  

      - Vou te fazer muito feliz Luisa Dupke. – Fala abraçando à namorada que se confortava em seus braços. 
       - Seus pais apoiaram mesmo? – Se certifica. Os pais de Luisa eram simples agricultores ao contrário da família do namorado que possuem grandes propriedades.
       - Claro, eles querem te conhecer.  
      
Domingo, 27 de Janeiro de 2013. Os olhos azuis de Luisa haverá de perdido o namorado do campo de visão ao sair do banheiro. As pessoas se arrastavam intensamente e tentavam buscar a saída da boate.  Era quase 3 horas da manhã. 

Um sinalizador de uso externo fora usado pelo o vocalista da banda, que soltaram faíscas atingindo a cobertura inflamando a espuma de isolamento acústico que não usava proteção contra o fogo, os integrantes da banda tentaram romper as chamas que já se alastrava.  

     - Gabriel! – Grita Luisa o procurando completamente desesperada. Uma multidão a sua frente passava correndo indo para o banheiro pensando que era à saída de emergência o que não tinha na casa noturna, em consequência dos erros dos proprietários 90% dos corpos fora encontrados ali no local. 
     - Meu amor. – Gabriel abraça a namorada em meio à multidão e tentam buscar a saída em beira daquele abismo. 

Terça, 07 de março de 2012. Luisa entra no banheiro do shopping, haverá de comprado o presente de aniversário do namorado que iria fazer 20 anos no próximo domingo. 

Ao lavar as mãos percebe por retaguarda a ex-namorada de Gabriel. Seu nome é Natália Alencar haverá de sido traída pelo o ex-namorado, pego em flagrante transando com a própria prima, mesmo após o fim da relação continuara apaixonada. 

      - Tudo bem Natalia? – Pergunta para a garota adiante usando um belo vestido florido que pactuava com a cor da bolsa e com seus belos cabelos cacheados negros. 
       - Você sabe por que eu e o Gabriel terminamos né? – Natalia não queria ver o “ex” feliz com outra mulher e jogava com as armas mais cabíveis naquelas circunstâncias. 
       - Não. 
       - Ele não lhe contou? 
       - Disse que vocês brigaram. 
       - Vi ele transando com a minha própria prima. Se acha que isso é homem decente para você continuar para o resto da vida? Se casar? Claro que não né? 

Quarta, 30 de janeiro de 2013. Luisa aguardava respostas da mãe que tenta controlar os sinais de fraquezas para não chorar a frente da filha que já sentia a falta do amado. 

     - Você tem que ser forte neste momento. – Dona Helga senta-se ao lado da filha e segura suas mãos. – Promete? 
     - Sim, mãe. Agora me conta onde está o meu namorado? Tá em casa né? 
     - Não, o Gabriel morreu asfixiado. 

Capítulo 1

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