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O senhorzinho vinha caminhando em direção a combi parada no meio da estrada, a cara de surpresa das meninas era inacreditável.

- Boa tarde – cumprimentou o senhor passando direto para a combi.  – Então... O que temos aqui, pneu furado...

Logo Antonio iniciou um diálogo. – É, é isso mesmo... Prazer, sou  Antonio – ele estendeu a mão. – Estamos indo a uma apresentação no interior...

- Posso ver o problema? – perguntou o senhor.

- Claro – respondeu Antonio. – Acho que foi só o pneu que baixou, assim do nada. – Ele sorriu.

O senhor se abaixou, e logo de cara viu o problema do pneu: Careca, velho e com uma estaca perfurando.  Ele se levantou novamente, limpou a calça com algumas batidas e enxugou o suor.

- Parece que vocês ficaram por aqui, temos um grave problema.

 

Capitulo 2

 

O senhor colocou seu chapéu na cabeça e se despediu. – Acho que só temos solução amanhã, moro a mais de uma hora daqui, e já está quase anoitecendo.

- Mas temos um show amanhã... – Disse Fernanda irritada.

- Lamento mocinha, mas o show tem que esperar – Ele deu de costas e entrou no carro. – Amanhã cedo estou de volta, não saiam daqui.

- Muito obrigado senhor... – Antonio coçou a cabeça e pensou – qual o nome dele mesmo?

- Sebastião... Pode me chamar de Tião.

- Como muito obrigado? – Disse Brenda sentando-se no chão. – Estamos no meio do nada, e quase no escuro...

- Mas....

Ainda ali, o senhor Sebastião foi bondoso.

- Vocês tem algo para comer? – Com esta pergunta, todos se olharam. - Eu tenho leite fresco... – Antonio pegou algumas garrafas dentro da combi e as encheu de leite.

Tião, partiu. E com ele levou a luz do fim do dia.

- Então... Somos nós e quatro garrafas de leite. – Disse Luna.

- Qual é, já está depressiva, Luna? Você tem mais leite ai! – Disse Fernanda.

Luna irritada abriu a garrafa que tinha em mãos e se aproximou de Fernanda.

- Acho que um pouco de leite, deve melhorar esse seu cabelo “cri,cri”

Ela despejou todo o leite na cabeça de Fernanda, que parada gritava de raiva.

- Ei, ei! Parem, parem as duas. – Pedia Hugo.

Logo todos foram em cima para evitar algo mais tenso.

A noite, o brilho da fogueira esquentava o circulo de jovens, que em paz, agora cantavam. De repente a cantiga que Joaquim é pausada.

- Vai demorar muito para amanhecer ? – Perguntou.

- Vamos dormir, já esta perigoso ficar aqui fora. – Antonio entregou mais algumas cobertas e todos se deitaram.  – Amanhã temos um novo dia. Boa noite crianças.

Joaquim ao se deitar, ficou observando o céu, as estrelas. E sua família e amigos lhe vinham a cabeça. Logo ele adormeceu.

Fernanda e Hugo estavam deitados, lado a lado olhando as estrelas e conversando, estes em cima de uma rocha ali perto.

- Porque está tão quieta? – Perguntou Hugo.

- Nada... Deve ser a saudade, o medo... Não sei bem ainda.

- Você acha que não foi uma boa ideia termos fugido assim? – Hugo segurou a mão de Fernanda.

- Não sei, mas quando eu for mãe um dia, eu juro que vou ouvir meus filhos e entende-los.

- Feche os olhos – Disse Hugo olhando profundamente os olhos de Fernanda. – Logo eles estavam de olhos fechados – Olha, isso é único Nanda... É tão mágico. Ouça a natureza, sinta o vento... Pensa comigo, não importa onde vamos, nem como chegaremos. Importe-se apenas que estamos juntos, no agora. Eu te amo.

Como num filme, o casal de pombinhos se olharam e num envolvente beijo se abraçaram. Aquela era uma longa noite de amor, mas por outro lado, os roncos eram estrondosos.

Cansado de não conseguir dormir, por fim, Joaquim levanta-se e como um jovem inconsequente, resolve se atirar para Brenda.

- Ei, Brenda... Não consegue dormir? – Ele estava agora por trás dela, Brenda levantou-se e deitou a cabeça nas pernas de Joaquim. – Não. – Ela respondeu.

- Bom, já sabe né? Se quiser... Podemos... – A menina levantou-se num pulo só.

- Ei espera... Você entendeu errado. Vamos conversar, só isso. Já que você não dorme...

Brenda  levantou-se e foi para dentro da combi.  Ao entrar no veículo, cansada pelo sono, sem querer ela se joga no banco da frente, e acaba baixando o freio de mão. O silencio tomou conta do local, e pelo movimento da garota dentro do carro, o veículo começa a descer sozinho. O sono de Brenda e de todos era maior do que imaginavam, o carro descia a ribanceira devagar e o dia clareou.

Os animais dali perto começavam a dar os primeiros sinais do dia, o galo cantava e os pássaros voavam.

- Parece que todos viramos pedras nesta noite... Disse Antonio, levantando e penteando, mesmo que com a mão, o cabelo.

- Não pode ser – Disse Luna – Não pode ser!

- O que foi menina? – Perguntou Joaquim  coçando os olhos.

- Não percebe idiota? – Luna levantou-se – A nossa combi! Sumiu. – Ela olhou em volta para conferir.

Logo, Fernanda e Hugo também despertaram, e ali da pedra já era possível ouvir os sussurros do grupo.

- O que foi? – Perguntou Em coro o casal.

- A combi desapareceu... – Disse Antonio, nervoso e andando de um lado para o outro.

Ainda deitado o casal comentou, como se não tivessem entendido.

- É, isso é normal, ela volta...

Alguns segundo depois...

- Como assim desapareceu? – Eles saltaram num susto só.

- Alguém viu a Brenda? – Perguntou Luna.

- Não temos tempo para Brenda agora... – Mas todos olharam para Joaquim.

- EI, o que foi? Eu não sei de nada... Ela ontem inventou de ir sozinha dormir na combi, não a forcei a nada...

- Vocês brigaram? –Perguntou Hugo.

- Não, não... Não aconteceu nada, é serio! – Disse Joaquim, agora nervoso.

- Então... Se roubaram a combi, roubaram com a Brenda dentro!  - Fernanda se demonstrou preocupada com alguém da equipe ao menos uma vez na vida.

Todos estavam tensos e se olhando, agora todos caminhavam de um lado para o outro sem saber o que fazer, quando....

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Capítulo 2

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