- Ei, escuto um barulho de um carro... Vem dali! – Hugo apontou para o Oeste – Antônio, é o seu?
- Claro que não, é um barulho de uma moto, será que não percebe? – Respondeu o velho Antônio.
- Não, é claro que é um carro! – Afirmou Hugo.
- Vocês querem parar e fazer silêncio? – Gritou Luna.
- Espera, é um carro... E é o meu pequeno! – Antônio pulou eufórico – é o meu bebê! Sim, é o meu bebê!
Todos foram em direção ao carro, quem dirigia era Brenda, que vinha buzinando e cortando luz.
Capitulo 03
Brenda parou o carro, e desceu sorrindo.
- Bom dia! Prontos para mais umas horas de viagem?
Todos estavam sérios, talvez abismados com a atitude da garota, mas logo um sorrio arrancou as faces serias e eles entraram na combi.
A viagem seguia, o som do carro – que nem era tão potente assim – animava a viagem cansativa e o calor que fazia.
Algumas horas depois, a turma encontra na beira da estrada dois jovens, estavam com violões nas costas, e sentadas numa pedra. A combi parou para oferecer carona, uma gentileza aos jovens músicos.
- Pra onde vão? – Perguntou Joaquim.
- Estamos indo ao festival...
- Vem, entra aqui... – A porta se abriu, e, logo os dois entraram.
Ao entrarem na combi, a reação de Fernanda não é nada agradável.
- Prazer, sou Luna.- Apresentou-se.
- Eu sou Guilherme; Eu sou Cauê. – Os meninos eram o tipo de jovens com bastante estilo e bem humorados.
- E o que vocês tocam? – Perguntou Hugo.
- Tocamos músicas acústicas. Uma pegada mais leve. – Respondeu Cauê.
- E vocês? – Perguntou Guilherme.
- Quer ver o que tocamos? Respondeu Fernanda com um tom de superioridade.
- 1, 2, 3 e 4...
“Se tudo que é nosso, não é de ninguém,
O tempo me traz e não traz você,
Eu quero viver, eu quero é prazer,
A REBELDIA me faz é conhecer”
O solo apresentado por Fernanda deixou os garotos boquiabertos. Agora eles tinham amigos concorrentes.
- Porque não se juntam conosco? – Perguntou Luna.
- Qual é a sua garota? – Perguntou com bastante brutalidade.
-Não vejo problema algum, vocês são de mais, e os garotos com certeza são... – Disse Antônio, desviando as curvas da estrada.
- A SEB já está completa, não precisamos de mais integrantes. – Disse Fernanda, - Na verdade precisamos tirar alguns. – Ironizou olhando para Luna e Brenda.
- Já chega! Que tal ouvirmos primeiro o som dos caras e ai depois, decidimos o que fazemos... – Disse Joaquim.
- Concordo, até porque nem conversamos com eles ainda, se eles realmente querem ou não.
A noite caia de acordo com o papo entre eles, e ali na frente, havia uma moto parada com a seta ligada. Antônio decidiu parar, mas ao baixar o vidro da combi, foram abordados.
- Vamo, vamo, desce todo mundo. Isso é um assalto! – Os assaltantes estavam de cara limpa.
- Mas o que? – Perguntou Hugo.
- Vamo, desce logo!
A turma toda desceu, conseguindo salvar apenas papel, caneta e os seus celulares, que por sinal, estavam descarregados.
- Muito, mas muito legal mesmo! – Disse Brenda.
- Meu bebê. – Apreensivo Antônio estava com as mãos na cabeça.
Fernanda virou os olhos repreendendo.
- O único jeito é irmos andando. Na cidade deve haver alguma delegacia, lá daremos parte.
- Nossos instrumentos, comidas e nossas roupas! – Dizia Fernanda.
- Fernanda, já chega. Perdemos o principal, nosso veiculo. – Gritou bastante irritado Antônio.
Todos pararam por alguns segundos.
- Estamos longe da cidade? – Perguntou Joaquim.
- Não muito, faltam apenas 20 minutos. – Respondeu Antônio dando inicio a longa caminhada até a cidade.